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Casos de tuberculose na Bahia preocupam

O cenĂĄrio da tuberculose no estado e em Salvador ĂŠ “preocupante”, alertam gestores ligados aos programas de controle da doença do governo e da prefeitura. Em nĂ­vel estadual, um plano de controle estĂĄ sendo elaborado para tentar eliminar a tuberculose atĂŠ 2035.

>>Interrupção de tratamento dificulta processo de cura

Coordenadora do Programa de Controle da Tuberculose da Bahia, Maria Aparecida Rodrigues contou que o objetivo do plano de controle que deverĂĄ ser finalizado atĂŠ junho deste ano ĂŠ reduzir a incidĂŞncia registrada em 2017, de 29 casos por 100 mil habitantes, para 10/100 mil.

A taxa de óbitos tambÊm Ê alvo da tentativa de redução, de 1,9 óbito por 100 mil habitantes para 1/100 mil. O abandono do tratamento Ê outro aspecto que serå focado. A taxa atual Ê de 8% e a meta Ê chegar a menos de 5%.

Segundo dados da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), a Bahia Ê o quinto estado com maior número de pessoas com tuberculose e, entre os da região Nordeste, ocupa a segunda posição. Ano passado, foram registrados 357 óbitos por tuberculose. Em Salvador, foram 104.

“A situação ĂŠ preocupante no estado, assim como no cenĂĄrio nacional. HĂĄ uma tendĂŞncia de aumento. A tuberculose ĂŠ uma doença eminentemente de cunho social, associada a vulnerabilidades como condiçþes de moradia e saneamento”, afirmou Maria Aparecida.

O plano de controle envolverå aspectos como os cuidados com as pessoas com tuberculose, alÊm de mobilização e integração com universidades, entre outros.

Dados

Em 2017, a Bahia registrou 4.610 casos novos de tuberculose. Em 2016, foram 4.514 ocorrências. Este ano, jå foram computados 615 ocorrências no estado e 230 em Salvador. De acordo com a Sesab, a faixa etåria mais atingida Ê de 20 a 49 anos, onde se concentram 55,2% dos casos. Os dados são preliminares, pois ainda estå sendo feito um balanço das ocorrências.

Ainda segundo dados da Sesab, em 2017, Salvador concentrou 35,2% dos casos novos de tuberculose na Bahia. Dos 417 municípios, 30 (lista ao lado) concentram 67,3% dos casos novos da doença no estado.

Com relação à capital baiana, informaçþes da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) dão conta de que Salvador ocupa o quarto lugar no ranking de mortalidade entre as capitais do país.

Em 2017, foram computados 1.613 casos. O número Ê maior que os 1.606 de 2016, quando ocorreram 84 mortes pela doença. A taxa de incidência informada pela SMS foi a de 2016, com 55,4 casos por 100 mil habitantes.

“A situação de Salvador consegue ser pior que a do estado. A taxa de incidĂŞncia ĂŠ praticamente o dobro. NĂłs estamos capacitando unidades de saĂşde para diagnosticar os casos e tratĂĄ-los. O fundamental ĂŠ diagnosticar precocemente”, disse o mĂŠdico clĂ­nico Afonso Roberto Batista, integrante do programa municipal de controle da tuberculose.

IncidĂŞncia

De acordo com a SMS, os distritos sanitĂĄrios Cabula/Beiru, SĂŁo Caetano/ValĂŠria e SubĂşrbio FerroviĂĄrio registraram os maiores nĂşmeros de casos. Entretanto, as regiĂľes com maior incidĂŞncia de tuberculose sĂŁo os do Centro HistĂłrico, SĂŁo Caetano, ValĂŠria e Liberdade.

“O tratamento pode ser feito nas 124 unidades bĂĄsicas de saĂşde e inclui postos de saĂşde da famĂ­lia, onde ĂŠ distribuĂ­do o medicamento gratuitamente. A comunidade pode ligar para o telefone 156 e obter as informaçþes sobre as unidades que oferecem o tratamento”, ressaltou, em nota, a SMS.

Professora do Instituto de SaĂşde Coletiva (ISC) da Ufba, Suzan Pereira destacou aspectos que devem ser observados e que sĂŁo temas de estudos no instituto. O primeiro deles ĂŠ a manutenção de programas sociais de redução de desigualdade de renda. “A tuberculose ĂŠ uma doença sensĂ­vel Ă s desigualdades sociais. Estudos mostraram que indivĂ­duos em programas como o Bolsa FamĂ­lia reduziram os casos da doença”.

O segundo aspecto ĂŠ relacionado Ă  adesĂŁo ao tratamento de pelo menos seis meses e a necessidade de programas sociais para evitar o abandono. “Por fim, temos a questĂŁo do aumento de doenças crĂ´nicas nĂŁo transmissĂ­veis, como a diabetes. A associação entre essas doenças ĂŠ um fator de risco. Essas pessoas ficam mais suscetĂ­veis Ă  tuberculose”, finalizou.

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