
ACM Neto (DEM) teria recebido caixa 2 durante a campanha para prefeito nas eleiçþes de 2012, de acordo com a delação do diretor da Odebrecht na Bahia e Sergipe, AndrÊ Vital, e do presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedicto Barbosa Silva Júnior.
A citação ao democrata ĂŠ feita em uma das 201 petiçþes assinadas pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhando para instâncias inferiores os casos de polĂticos que aparecem nas delaçþes, mas nĂŁo tĂŞm foro privilegiado.
"Segundo o MinistĂŠrio PĂşblico, narram os colaboradores a ocorrĂŞncia, no contexto das eleiçþes do ano de 2012, de repasses por meio de vantagens a pretexto de contribuição eleitoral nĂŁo contabilizada, destinadas a AntĂ´nio Carlos MagalhĂŁes Neto [ACM Neto], entĂŁo candidato a Prefeito do MunicĂpio de Salvador/BA", declarou Fachin, na petição.
O documento não cita o valor que Neto supostamente teria recebido da Odebrecht nem a contrapartida oferecida à empreiteira baiana. Contudo, em outra petição, Fachin encaminha para a justiça baiana o pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de abertura de inquÊrito para investigar irregularidades na obra de requalificação da orla da Barra, em Salvador.
Uma das principais açþes de Neto após ser eleito, a obra foi realizada pela Odebrecht entre 2013 e 2014 e teve o investimento de cerca de R$ 58 milhþes, sendo metade com recursos da prefeitura e o restante com verba federal.
A Odebrecht venceu a concorrência para realizar o serviço com outros três grupos. AndrÊ Vital disse, conforme petição assinada por Fachin, que houve "irregularidades durante o processo licitatório associado às obras de requalificação da orla da Barra em Salvador".
No documento, o nome do prefeito nĂŁo ĂŠ citado. Apesar da quebra de sigilo, o conteĂşdo completo da delação dos executivos da Odebrecht ainda nĂŁo foi divulgado. Apenas a partir da publicização deste material ĂŠ que serĂĄ possĂvel saber o teor da denĂşncia contra o prefeito de Salvador e detalhes sobre a suposta irregularidade.
O encaminhamento do material para a justiça baiana não significa que serå aberto processo contra o prefeito ou a respeito da obra na orla de Salvador. Isso porque a justiça pode decidir dar andamento na investigação ou arquivar, alegando que não existir provas suficientes.
ACM Neto "estĂĄ tranquilo"
Em nota, o prefeito ACM Neto afirmou que aguarda a revelação do conteĂşdo completo sobre as delaçþes dos membros da Odebrecht para tomar uma posição e poder se defender. “NĂłs ainda nĂŁo temos conhecimento sobre o conteĂşdo do que existe ou nĂŁo existe que envolva o nosso nome. Apenas verificamos uma petição, um despacho do ministro Fachin encaminhando para a Justiça Federal. Eu espero que, o mais rĂĄpido possĂvel, possamos ter acesso a tudo. Que todo o conteĂşdo em que eventualmente fui citado e mencionado pela colaboração da Odebrecht venha a pĂşblico, de maneira que eu nĂŁo sĂł possa prestar todos os esclarecimentos, mas tambĂŠm, a partir daĂ, nĂŁo restar nenhuma dĂşvida da relação que mantive a vida inteira com a construtora que, aliĂĄs, respeita o meu desempenho como homem pĂşblico, transparente, correto, defendendo o interesse pĂşblico acima de qualquer outro", disse.
O prefeito afirmou, ainda, estar “absolutamente tranquilo”. “Estou desejoso de que as informaçþes venham o mais rĂĄpido possĂvel a pĂşblico para que a gente as conheça. Eu mesmo nĂŁo conheço, pois neste momento estou falando de uma coisa que eu nĂŁo conheço, nem vocĂŞs conhecem, nem o cidadĂŁo conhece. Que, a partir daĂ, todos os esclarecimentos possam ser apresentados e tenho absoluta certeza de que nĂŁo restarĂĄ nenhuma dĂşvida e tudo vai ser esclarecido”, falou durante a entrega de geomantas instaladas na Vila CanĂĄria nesta quarta-feira.
(Atarde)
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