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Papa Francisco sugere bênção para casais do mesmo sexo


             Foto: MIGUEL A. LOPES/REUTERS

O Papa Francisco sugeriu que pode haver formas de padres darem bênção para casais do mesmo sexo, desde que fossem limitadas e decididas caso a caso, pontuando que as bençãos não podem ser confundidas com o casamento de casais heterossexuais. A declaração foi dada enquanto Francisco respondia a cinco cardeais conservadores que o desafiaram a afirmar os ensinamentos da Igreja sobre a homossexualidade antes de uma reunião com católicos da comunidade LGBTQIAPN+ marcada na ordem do dia.


Nesta segunda-feira (2/10), o Vaticano publicou uma carta que Francisco escreveu respondendo a uma série de questionamentos dos cardeais. Uma das perguntas tratava especificamente do casamento entre pessoas do mesmo sexo, que se tornou comum em países como a Alemanha, com padres abençoando casais gays comprometidos em um relacionamento.


“Quando você pede uma bênção, você expressa um pedido de ajuda de Deus, uma oração para poder viver melhor, uma confiança num pai que pode ajudá-lo a viver melhor”, escreveu o Papa, reiterando no entanto que a Igreja só reconhece o casamento como uma união entre um homem e uma mulher, acrescentando que um clero deve mostrar “prudência pastoral” para discernir adequadamente se existem formas de bênção, solicitadas por uma ou mais pessoas, que não transmitem uma concepção errônea de casamento.



O Papa declarou ainda que a Igreja deveria evitar qualquer outro ritual que contrarie esse ensinamento e afirmou que "a caridade pastoral deve permear todas as nossas decisões e atitudes", acrescentando que "não podemos ser juízes que apenas negam, rejeitam e excluem".


Segundo o pontífice, algumas vezes os pedidos de bênção são uma forma que as pessoas encontram de se aproximarem de Deus e viver vidas melhores, mesmo que alguns atos sejam "objetivamente moralmente inaceitáveis".


Para Francis DeBernardo, diretor executivo do New Ways Ministry, um ministério de defesa e justiça para católicos lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros, a carta “avança significativamente” nos esforços para que os católicos LGBTQIAPN+ sejam bem-vindos na Igreja e é “uma grande gota de água para quebrar a espinha” da sua marginalização.

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