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Foto: Divulgação / Eletronuclear
ApĂłs os estragos causados pelas fortes chuvas no estado do Rio de Janeiro, equipes de resgate fazem buscas neste domingo (3) a desaparecidos em Angra dos Reis (a cerca de 150 km da capital fluminense). Seriam ao menos sete pessoas, segundo a prefeitura e relatos de moradores.
A administração municipal pediu ao governo federal o desligamento temporårio das usinas nucleares localizadas na cidade da Costa Verde. O motivo Ê o bloqueio das estradas de acesso a Angra dos Reis, o que dificultaria, em caso de necessidade, açþes de emergência, diz a prefeitura.
A cidade ĂŠ, ao lado de Paraty (a 240 km da capital), uma das mais afetadas pelos temporais registrados no Rio de Janeiro desde quinta-feira (31).
AtĂŠ a manhĂŁ deste domingo, a Prefeitura de Angra dos Reis havia confirmado oito mortes. As vĂtimas foram quatro crianças e quatro adultos.
Conforme a administração municipal, os óbitos ocorreram no bairro de Monsuaba, onde pelo menos seis casas foram atingidas por um deslizamento de terra.
TrĂŞs pessoas ainda estavam desaparecidas na localidade, diz a prefeitura, a partir de relatos de familiares. Os trabalhos de busca continuam ao longo do domingo.
Outro ponto de Angra dos Reis bastante castigado pelas chuvas Ê Ilha Grande. As comunidades locais mais afetadas foram as de Araçatiba, Vermelha, Provetå, Abraão e Aventureiro.
Todas tiveram deslizamentos de terra e de blocos de pedra. A Praia de Itaguaçu, ao lado da praia Vermelha, foi praticamente soterrada. De acordo com relatos de moradores da região, havia quatro pessoas desaparecidas atÊ a manhã deste domingo.
USINAS
Em Angra dos Reis, choveu em 48 horas o equivalente a 655 milĂmetros no continente e a 592 milĂmetros em Ilha Grande. Segundo a prefeitura, sĂŁo Ăndices jamais registrados anteriormente.
Deslizamentos de terra tambĂŠm provocaram bloqueios na BR-101 (Rio-Santos), na RJ-155 e na Estrada do Contorno.
Com as barreiras nos acessos ao municĂpio, o prefeito de Angra dos Reis, Fernando JordĂŁo, disse que pediu o desligamento temporĂĄrio das usinas nucleares da cidade.
"Pedi ao ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, o desligamento das usinas nucleares de Angra. Com as estradas fechadas por causa das chuvas, estamos ilhados!", escreveu JordĂŁo nas redes sociais.
"Em caso de necessidade, nĂŁo teremos como colocar em prĂĄtica o plano de emergĂŞncia enquanto as principais vias de acesso ao municĂpio estiverem interditadas", completou.
ELETRONUCLEAR CONTESTA VERSĂO
A Eletronuclear rebateu a prefeitura. Segundo a subsidiĂĄria da Eletrobras, as usinas nucleares Angra 1 e 2 estĂŁo operando normalmente, com capacidade total, jĂĄ que as atividades nĂŁo foram afetadas pelas fortes chuvas.
A companhia afirma que o plano para o caso de uma eventual emergĂŞncia nĂŁo estĂĄ comprometido pela queda de barreiras nas estradas da Costa Verde.
"Primeiramente, Ê preciso explicar que, se fosse necessåria, a evacuação de trabalhadores da empresa e da população seria feita pela BR-101 RJ Sul, tanto no sentido de Angra dos Reis quanto no de Paraty. Acontece que as obstruçþes verificadas nessa estrada estão fora das Zonas de Planejamento de Emergência (ZPE) previstas no PEE [Plano de Emergência Externo]", diz a Eletronuclear.
A empresa tambÊm relata que, em caso de emergência, a evacuação poderia abranger pessoas localizadas em um raio de atÊ cinco quilômetros, que seriam levadas para abrigos situados a atÊ 15 quilômetros das usinas.
"Esses abrigos tambÊm não foram atingidos pelas chuvas ou por deslizamentos de terra. Dessa forma, no momento, a ação poderia ser realizada com total eficåcia", afirma.
A estatal diz ainda que a Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear)?, órgão regulador e fiscalizador do setor nuclear brasileiro, emitiu nota afirmando que, "apesar da situação decorrente das condiçþes meteorológicas na região de Angra dos Reis, atÊ o presente momento não hå comprometimento das vias de acesso do entorno da central que pudessem impactar na execução do Plano de Emergência".
RJ TEM AO MENOS 16 MORTES
AtĂŠ a manhĂŁ deste domingo, o estado do Rio de Janeiro tinha contabilizado pelo menos 16 mortes devido aos temporais.
AlĂŠm das oito vĂtimas em Angra, houve registro de sete Ăłbitos em Paraty. As vĂtimas no municĂpio foram uma mĂŁe e seis filhos, com idades entre 2 e 17 anos.
Mesquita, na regiĂŁo metropolitana do Rio, tambĂŠm teve uma morte. Um homem morreu eletrocutado na regiĂŁo central da cidade.
Em fevereiro, o Rio de Janeiro viveu outro desastre por causa das chuvas. Na ocasiĂŁo, o municĂpio serrano de PetrĂłpolis foi devastado com o registro de deslizamentos e inundaçþes. Mais de 200 pessoas morreram.
por Leonardo Vieceli | Folhapress
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