
O Instituto Carlos Chagas (ICC)/Fiocruz Paraná conseguiu, em fevereiro, isolar o vírus causador da febre chikungunya em amostras humanas vindas de Feira de Santana, na Bahia. O trabalho, liderado pela virologista Cláudia Nunes Duarte dos Santos, pode trazer um resultado interessante: um kit diagnóstico da doença, confiável e com preço definitivo, para que qualquer pessoa com suspeita da doença possa ser testada em todo o Brasil. A pesquisa é realizada há três anos e, atualmente, o teste laboratorial não existe em larga escala. Na maioria das vezes, a doença é apontada por diagnóstico clínico epidemiológico, que traz dados sobre a região onde o vírus está circulando, combinada com sintomas de febre e dores articulares. A equipe da Fiocruz Paraná trabalha com duas possibilidades: um rápido teste, que seria executado à beira do leito e em 15 minutos, ou um teste ELISA (sigla para Enzyme-Linked Immunosorbent Assay), exame que permite a detecção de anticorpos no sangue, técnica já utilizada no diagnóstico de várias doenças. De acordo com a pesquisadora, existem outras formas do vírus no Brasil e, por isso, a detecção diferencial é importante. “Hoje sabemos que temos outras cepas de vírus no Brasil. Uma foi sequenciada e tem uma mutação no genoma que permite que, além do Aedes aegypti, o vírus cresça no mosquito Aedes albopictus, que suporta temperaturas mais baixas e é muito agressivo”, explicou. “Esses mosquitos têm o poder epidêmico muito grande, por isso o diagnóstico diferencial é importante, e também porque a doença pode ser confundida com outras, como dengue”, ressaltou.
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