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Médicos decidem se voltam a atender o Bradesco Saúde

A aposentada Maria Luiza Dias paga R$ 700 pelo plano,
 mas ficou sem atendimento

Após quase três semanas de paralisação dos médicos que atendem pelo plano Bradesco Saúde na Bahia, os profissionais decidem nesta terça-feira, 15, se continuam com a reivindicação, em assembleia realizada na Associação Bahiana de Medicina (ABM), às 19h30.


Serviços de urgência e emergência continuam disponíveis. No entanto, clientes estão com dificuldades para marcar consultas e procedimentos eletivos. Na Bahia, o Bradesco Saúde possui mais de 300 mil segurados.



Presidente do Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed-BA), Francisco Magalhães, acredita que a assembleia decidirá pela continuidade da paralisação.



"O movimento está forte, há uma grande adesão. Na quinta-feira passada os médicos cardiologistas de Feita de Santana decidiram pela paralisação total dos serviços considerados eletivos", conta Magalhães.



Representante do Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb-BA) na Comissão Estadual de Honorários Médicos, Antônio José Dórea, afirma que a categoria não recebeu nenhuma proposta do Bradesco Saúde.



"O Bradesco se recusa absolutamente a fazer qualquer proposta de negociação. Se amanhã (hoje) o plano fizer uma proposta, será apresentada na assembleia", afirma Antônio José Dórea.



Entre as reivindicações estão reajustes nos valores repassados pela operadora em procedimentos e consultas. Atualmente, o Bradesco Saúde paga cerca de R$ 65 por consultas. Uma das propostas é que esse valor suba para R$ 150, segundo entidades representativas.



Além disso, as associações reivindicam a utilização de uma tabela hierarquizada para a remuneração de exames, consultas e procedimentos.



Representantes do Sindimed-BA e do Cremeb afirmam não poder estimar quantos profissionais aderiram à paralisação.



Por meio de nota encaminhada pela assessoria de imprensa, o Bradesco Saúde diz realizar ajustes anuais para consultas e honorários médicos, "na maioria das vezes acima dos índices gerais de preços e dos índices de reajuste de mensalidades autorizados pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar)".



"A seguradora está entre as operadoras de saúde que praticam melhor remuneração dos médicos referenciados", diz trecho na nota.



Atendimento



Enquanto médicos e planos estão em queda de braço, os assegurados seguem com dificuldades. A aposentada Maria Luiza Dias teve uma crise em um problema de audição e não conseguiu ser atendida pelo médico que a acompanhava no tratamento.



"Liguei para o médico e descobri que está suspenso (o atendimento). Não avisaram aos clientes. Tive que ir para a emergência. Estou me sentindo prejudicada", afirma a aposentada, que paga R$ 700 de mensalidade.



Com a paralisação, o Ministério Público da Bahia, a Defensoria Pública e o Procon-BA interferiram para defender a continuidade do serviço. "A pessoa não pode ficar sem o atendimento. Se o médico está credenciado e não está trabalhando, a operadora tem que procurar outro ou custear a consulta", explica a promotora do MP-BA, Ana Paula Limoeiro.



O Bradesco Saúde divulgou os telefones 4004-2700 (capitais) e 0800 701 2700 (demais localidades) para orientar os clientes e direcioná-los para outros especialistas em caso de dificuldades no atendimento.
*Atarde