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Viadutos e passarelas implantados a partir de 2020 terão estrutura para prevenir suicídios

Foto: Romildo de Jesus/Tribuna da Bahia
Os viadutos e passarelas que serão construídos a partir do próximo ano na capital baiana serão projetados para prevenir suicídios. A ideia surgiu a partir de uma conversa entre o deputado estadual Capitão Alden (PSL) e o prefeito ACM Neto (DEM), quando o parlamentar apresentou dados estatísticos informando que boa parte das tentativas de suicídio na cidade ocorre nestes equipamentos.

Todo o projeto está sendo articulado entre a Companhia de Desenvolvimento Urbano de Salvador (Desal) e a Superintendência de Obras Públicas (Sucop), em parceria com a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra).

Titular da Desal, Marcílio Bastos detalhou a medida, explicando que o projeto-piloto já está sendo articulado e será implementado, inicialmente, em dois viadutos: o do Ogunjá (entre Ogunjá e Brotas) e o Marechal Mascarenhas Moraes (entre a Avenida Anita Garibaldi e a Federação).

Segundo Bastos, ambos deverão ser reestruturados e entregues à população até fevereiro de 2020.

“Capitão Alden fez uma proposição, mostrando o alto índice de pessoas que cometiam suicídio em alguns equipamentos públicos. Mais especificamente, ele tratou das questões de passarelas e viadutos. Escolhemos esses dois viadutos pelas estatísticas mostradas. Mas a ideia é que todos os equipamentos a ser construídos já tenham essa temática inclusa no orçamento do projeto”, afirmou.

Modelo de referência – A força-tarefa que articula a implementação estudou, segundo a Desal, projetos já adotados em outras regiões do Brasil e do mundo, mas descartou os modelos por acreditarem ser agressivos.

Os técnicos e engenheiros dos órgãos envolvidos estão trabalhando em cima de modelos criativos, que sejam adequados ao plano arquitetônico adotado em Salvador.

“Os modelos que vimos têm aquele espiral de segurança, arame farpado, material que corta. Entendemos que é agressivo e pode estimular outro tipo de violência. O próprio metrô tem essas telas de proteção, nos trechos que vencem a linha, mais seguros. Estamos estudando adequar esse gradil. A engenharia hoje nos dá condições de pensar novas técnicas de tecnologia, de passar a comunicação e não agredir visualmente. Tudo que for necessário para implementar a nível de engenharia e criatividade, não vamos poupar esforços. A Prefeitura entende que o tema é muito importante, vem aumentando no mundo todo, não vamos ficar de braços cruzados”, disse Marcílio Bastos.

O superintendente adiantou à reportagem o modelo que deverá ser aplicado na reestruturação dos dois viadutos citados, que compõem o plano-piloto.

“É importante levar em consideração que não será simplesmente um gradil. Teremos várias telas a céu aberto, com informações educativas para que, em um momento de pensar em cometer o ato, tenha uma última chance de receber uma palavra de estímulo, de entender que precisa de ajuda e que existem forças para buscar ajuda. Serão painéis culturais, onde também serão postas imagens de pontos turísticos e importantes da cidade, passando a informação sem agredir visualmente, integrando ao conjunto arquitetônico de Salvador. Estamos criando um modelo para ser referência no Brasil e no mundo”, detalhou.

E completou: “Estamos trabalhando junto com instituições que atuam na área, para colocar números de telefone que indique apoio psicológico. Só quem sabe da importância do amor e carinho nessas horas é quem já teve um familiar acometido por uma depressão, essa doença que é o mal do século e leva a pessoa a cometer atos que em um estado normal não cometeria. É importante estar atento a isso. Inclusive vamos começar a abordar esse tema também nas praças públicas. A gente precisa chamar a atenção, porque às vezes o problema está dentro de casa e a gente não sabe que aquela pessoa precisa de acolhimento”.

Bahia.ba

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