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Absolvidos os três réus acusados de matar mulher trans em júri popular em S. A. de Jesus


Os três réus acusados pelo assassinato de Gerusa Reis, mulher trans de 32 anos, foram absolvidos em julgamento realizado nesta terça-feira (10), no Fórum Desembargador Wilde Lima, em Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo baiano.


Gerusa foi morta no dia 15 de fevereiro de 2021, no bairro Zilda Arns, após ser atingida por disparos de arma de fogo em via pública. Na época, o crime gerou grande repercussão e indignação entre familiares, ativistas e membros da comunidade LGBTQIA+.


Versões conflitantes e pedido de absolvição pelo MP

O julgamento teve como réus Thalita, Valtemir Lima e um terceiro homem — cujo nome não foi divulgado — apontados pela polícia como suspeitos do crime. Um quarto suposto envolvido no assassinato morreu antes de ser levado a julgamento.


Durante o processo, Thalita negou qualquer envolvimento, alegando que estava dormindo em casa com as irmãs no momento do crime. Valtemir, que chegou a confessar o crime inicialmente, passou cerca de quatro anos preso, mas depois negou a autoria e afirmou que estava apenas de passagem por Santo Antônio de Jesus, acompanhando sua companheira, que estava grávida à época.


A defesa dos réus destacou falhas e contradições no inquérito, alegando que a confissão de Valtemir foi realizada sem a presença de advogado e que não correspondia ao laudo pericial: enquanto ele disse que foram efetuados seis disparos, o laudo apontou apenas dois tiros.


Em um desfecho surpreendente, o próprio Ministério Público pediu a absolvição dos acusados, alegando fragilidade das provas e inconsistência nos depoimentos colhidos ao longo do processo.


Repercussão

A decisão gerou reações divididas entre os presentes no fórum. Familiares de Jerusa saíram emocionados e demonstraram indignação com o resultado. Movimentos sociais devem se manifestar nos próximos dias sobre a condução do caso e os desdobramentos judiciais.


Gerusa era conhecida na comunidade local e trabalhava como cabeleireira. Sua morte foi classificada por grupos ativistas como mais um caso de violência contra pessoas trans no Brasil, país que lidera o ranking mundial de assassinatos dessa população.

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