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Bahia tem potencial para se tornar maior produtor nacional de pescado

 

 

Com mais de 900 quilômetros de praias, a maior extensão litorânea do País, a Bahia tem potencial para ser o maior produtor nacional de pescado, mas ainda compra de outros estados boa parte do peixe que consome. Dados de produção, no entanto, são desconhecidos, e o número de profissionais em atuação Ê apenas presumido, entre 100 mil e 140 mil trabalhadores.


Com o objetivo de discutir os principais desafios do setor, bem como polĂ­ticas de fomento, nos dias 10 e 11 novembro serĂŁo realizados em Salvador o 19Âş Encontro de Pescadores e Aquicultores na Bahia e o 1Âş FĂłrum Nacional da Pesca e Aquicultura. Os eventos vĂŁo acontecer no Cerimonial Rainha Leonor (Pupileira), na avenida Joana AngĂŠlica, em NazarĂŠ, Centro da capital baiana.


A estimativa ĂŠ reunir cerca de 1,5 mil participantes de todo o estado, entre trabalhadores da pesca, lideranças, empresĂĄrios, gestores e representantes do poder pĂşblico, diz o presidente da Federação Baiana dos Trabalhadores de Pesca e da Aquicultura (Febape), AntĂ´nio Carlos Teixeira, o "Carlinhos da Pesca", 54.  


Com 20 anos de experiĂŞncias no ramo, dois Ă  frente da entidade, Carlinhos destaca que, devido Ă  dimensĂŁo da costa e riqueza das ĂĄguas (salgada e doce), a Bahia, afirma, deveria ser a maior produtora de pescados do Brasil, tanto da pesca de captura quanto da aquicultura, que ĂŠ o cultivo racional de organismos aquĂĄticos, em ambiente confinado e controlado.


Na aquicultura, os animais são alimentados por ração, explica o dirigente, com grande diversidade na produção de peixes, cruståceos e moluscos. O destaque, no entanto, segundo ele, Ê a produção de tilåpia, que responde por uma parcela significativa do pescado na Bahia.


“Apesar de possuir a maior faixa litorânea do Brasil, cerca de 14% de toda costa Brasileira, e tambĂŠm a maior extensĂŁo ribeirinha no Rio SĂŁo Francisco – mais de mil quilĂ´metros –, alĂŠm de grandes açudes e barragens, e de ser a maior consumidora de pescado no Brasil, a Bahia importa mais de 80% do pescado que consome”, fala o presidente da Febape.  


Ainda segundo Carlinhos, o setor carece de novas políticas públicas de ordenamento e incentivo da atividade, acesso a linhas de crÊditos compatíveis com a atividade e programas de capacitação para os pescadores.


“SĂŁo alguns pontos que julgamos necessĂĄrios para desenvolver a atividade e possibilitar uma melhoria da qualidade de vida da categoria”, explica.


Ele fala ainda da diminuição das espÊcies, dos baixos níveis de ågua doce de rios, açudes e barragens, e de poluição ambiental, como temas que precisam ser debatidos. AlÊm do quesito frota pesqueira.


“O investimento, a abertura de crĂŠdito para renovação e manutenção de embarcaçþes ĂŠ uma das principais demandas dos trabalhadores. É preciso desburocratizar essa ĂĄrea. Infelizmente, o comĂŠrcio ainda enxerga  embarcação e outros itens como equipamentos para ricos", conta.


De acordo com o presidente da Febape, existem entre 130 mil e 140 mil profissionais da pesca cadastrados no estado, mas o número Ê impreciso devido a outras questþes (como o caso de trabalhadores que deixam de formalizar a atuação profissional, por conta do recebimento de auxílios governamentais, entre outros).


Procurada pela reportagem, a Bahia Pesca, empresa vinculada Ă  Secretaria de Agricultura, PecuĂĄria, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (Seagri), informou que trabalha para a elaboração de uma espĂŠcie de censo do setor. O MinistĂŠrio da Pesca e Aquicultura, por meio da assessoria de imprensa, divulgou que no estado hĂĄ 101.226 trabalhadores envolvidos com a pesca, e 1.224 embarcaçþes em operação.  


“Precisamos de mais polĂ­ticas voltadas para os trabalhadores da pesca, que possui um grande quantitativo de mulheres, na mariscagem, no tratamento e processamento do pescado. Muitos sofrem com doenças ocupacionais, principalmente na visĂŁo, articulaçþes. É preciso acesso a equipamento de proteção individual (EPI), camisa, filtro de proteção solar, bota, bonĂŠ".    


De outros estados


As inscriçþes para os eventos devem ser feitas nas colĂ´nias, associaçþes e sindicatos de pescadores de aquicultores espalhados por toda Bahia. Eles vĂŁo contar  com a participação de delegaçþes de outros estados.


O 19º Encontro de Pescadores e Aquicultores na Bahia e o 1º Fórum Nacional da Pesca e Aquicultura são uma realização da Febape, em parceria com a Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), Instituto de Desenvolvimento Social e Tecnológico da Pesca e da Aquicultura (Idespa), Bahia Pesca e Prefeitura de Itaparica.


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