
Por Daniel Haidar
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou nesta segunda-feira, 11, o pedido de acesso, feito pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ao depoimento prestado pelo tenente-coronel Mauro Cid no inquĂŠrito da PolĂcia Federal que apura o desvio e a revenda de joias do acervo presidencial. Esse depoimento durou mais de oito horas no dia 31 de agosto.
Cid teve homologado seu acordo de delação premiada no último såbado, 9. Quando prestou esse longo depoimento, o ex-faz-tudo de Bolsonaro jå tentava a aprovação do acordo. Por isso, para a defesa do ex-presidente e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o sigilo Ê um sinal de que esse depoimento jå foi prestado conforme as exigências feitas para acordos de delação premiada, em que os delatores não podem mentir nem ficar em silêncio e precisam indicar caminhos para a obtenção de provas contra outros investigados.
Ă rotineiro na Justiça que depoimentos prestados em acordos de delação premiada fiquem em sigilo atĂŠ que algumas revelaçþes sejam verificadas pela polĂcia ou atĂŠ que o inquĂŠrito seja concluĂdo.
No inquÊrito das joias, a defesa de Bolsonaro só não teve acesso, atÊ agora, ao depoimento de Cid. Foram liberados os depoimentos prestados tambÊm no dia 31 de agosto pelo pai de Cid, o general Lourena Cid, pelo tenente Osmar Crivelatti e pelo advogado Frederick Wassef, tambÊm investigados no caso. Assim como Bolsonaro e Michelle, tambÊm ficaram em silêncio nesse dia de depoimentos o coronel Marcelo Câmara e o advogado Fåbio Wajngarten. A PF tinha se organizado para realizar os interrogatórios de maneira simultânea para dificultar que os investigados combinassem versþes.
Depois da homologação do acordo de delação premiada, Cid teve a prisĂŁo convertida para regime domiciliar e deixou o BatalhĂŁo da PolĂcia do ExĂŠrcito, em BrasĂlia, no Ăşltimo sĂĄbado, 9. Ele serĂĄ monitorado com o uso de tornozeleira eletrĂ´nica e nĂŁo poderĂĄ manter contato com outros investigados, exceto seu pai.
Fonte: EstadĂŁo ConteĂşdo
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