
Por Rayssa Motta, Pepita Ortega e Fausto Macedo
Uma das estratĂŠgias do Primeiro Comando da Capital (PCC) para sequestrar o senador SĂŠrgio Moro (UniĂŁo-PR) era simular viaturas descaracterizadas da polĂcia. Os carros jĂĄ haviam sido comprados pela facção e seriam pintados de preto.
"Os criminosos jĂĄ adquiriram veĂculos para serem pintados de preto, imitando viaturas policiais, a fim de conseguirem facilitar seu abominĂĄvel intento", reporta a PolĂcia Federal (PF) em um dos relatĂłrios do inquĂŠrito.
Os investigadores localizaram um carro blindado, que jĂĄ estava no ParanĂĄ, e encontraram uma anotação sobre a compra de mais quatro veĂculos. Dois deles, referenciados como 'cofres', seriam usados para transportar atiradores com fuzis, segundo a PF.
"Destacamos que a capacidade bÊlica dos criminosos Ê notória e as imagens obtidas nas contas vinculadas a essa investigação demonstram armas variadas, dentro de casas, sob móveis, indicando que efetivamente estão prontas para uso da orcrim na pråtica de crimes", acrescenta o delegado Martin Bottaro Purper.
O PCC chegou a alugar imĂłveis usados como bases para operacionalizar o plano. Um dos apartamentos, alugado com documentos falsos, foi escolhido por estar estrategicamente prĂłximo de saĂdas para a rodoviĂĄria de Curitiba e o aeroporto de SĂŁo JosĂŠ dos Pinhais. "O posicionamento do local ĂŠ privilegiado para fugas", destaca a PF.
Os investigadores acreditam que os criminosos tenham cogitado agir no segundo turno das eleiçþes. A PF descobriu um relatĂłrio detalhado sobre o local de votação de Moro, com informaçþes sobre acessos, rotas de fuga e câmeras de segurança. O plano foi delatado por ex-traficante, jurado de morte pelo PCC, que virou informante das autoridades e foi colocado no sistema de proteção a testemunhas. A retaliação ao senador teria sido motivada por mudanças nas regras para visitas a detentos - Moro proibiu as visitas Ăntimas em presĂdios federais quando era ministro da Justiça e Segurança PĂşblica no governo Bolsonaro. Como ministro ele tambĂŠm coordenou a transferĂŞncia e o isolamento dos 'cabeças' da organização criminosa nos presĂdios de segurança mĂĄxima.
Fonte: EstadĂŁo ConteĂşdo
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