
Os ex-presidentes da República Fernando Henrique Cardoso e Lula assinaram uma nota em conjunto para apoiar o presidente da Argentina, Alberto Fernåndez, que resiste a reduçþes tarifårias unilaterais no âmbito do Mercosul.
"Concordarmos com a posição do presidente da Argentina, Alberto FernĂĄndez, de que este nĂŁo ĂŠ o momento para reduçþes tarifĂĄrias unilaterais por parte do Mercosul, sem nenhum benefĂcio em favor das exportaçþes do bloco. Concordamos tambĂŠm que ĂŠ necessĂĄrio manter a integridade do bloco, para que todos os seus membros desenvolvam plenamente suas capacidades industriais e tecnolĂłgicas e participem de modo dinâmico e criativo na economia mundial contemporânea", afirma a nota
A assinatura do texto marca mais um ponto de convergĂŞncia entre FHC e Lula, que abriram recentemente um diĂĄlogo que estava interrompido por dĂŠcadas de enfrentamento eleitoral direto –desde 1994, eles disputam eleiçþes em campos opostos, ou como candidatos ou apoiando nomes de seus respectivos partidos.
No mĂŞs passado, os dois se reuniram na casa do ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Nelson Jobim e posaram de mĂŁos dadas para uma fotografia histĂłrica.
Na questão do Mercosul, os dois apoiam Fernåndez contra a posição do ministro da Economia, Paulo Guedes, que tem defendido uma redução de tarifas no âmbito do bloco.
Os argentinos defendem percentuais menores de reajuste e querem que ela incida principalmente em bens intermediĂĄrios —produtos finais teriam as tarifas na sua maioria preservada.
O governo Jair Bolsonaro considera a proposição argentina pouco ambiciosa e mais uma mostra da linha protecionista do presidente Alberto Fernåndez.
Buenos Aires, por sua vez, acha que o corte defendido por Guedes ĂŠ profundo e amplo demais, constituindo um risco para a indĂşstria do paĂs.
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