
Foto: Helcio Nagamine/ Fiesp
O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta sexta-feira, 19, que vai substituir o atual presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, pelo general Joaquim Silva e Luna. O anĂşncio acontece um dia depois de Jair Bolsonaro fazer crĂticas Ă gestĂŁo da Petrobras e Ă s sucessivas altas no preço dos combustĂveis.
“O governo decidiu indicar o senhor Joaquim Silva e Luna para cumprir uma nova missĂŁo, como conselheiro de administração e presidente da Petrobras, apĂłs o encerramento do ciclo, superior a dois anos, do atual presidente, senhor Roberto Castello Branco”, afirma a postagem de Bolsonaro, com cabeçalho atribuĂdo ao MinistĂŠrio de Minas e Energia.
Bolsonaro afirmou que o Ăşltimo reajuste de preço da Petrobras foi “fora da curva”. ApĂłs as crĂticas de Bolsonaro Ă gestĂŁo da Petrobras, o principal Ăndice da bolsa de valores brasileira, a B3, caiu 0,64% nesta sexta, puxado pelo recuo de mais de 6% nas açþes preferenciais e de 7,5% nas açþes ordinĂĄrias da Petrobras.
General da reserva do ExĂŠrcito, Joaquim Silva e Luna foi o primeiro militar a exercer o cargo de ministro da Defesa, no governo do ex-presidente Michel Temer. Em 2019 assumiu a presidĂŞncia da usina binacional de Itaipu.
RepercussĂŁo negativa
Nas redes sociais, muitas foram as manifestaçþes contrårias quanto a nomeação de Silva e Luna. Ex-secretårio de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do MinistÊrio da Economia, Paulo Spencer Uebel, lamentou a nomeação e associou a postura do Governo Federal com a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff.
“Dia muito triste para o Brasil. Roberto Castello Branco, Presidente da Petrobras, serĂĄ substituĂdo por estar fazendo o trabalho certo: blindar uma empresa Estatal contra o uso polĂtico, contra o populismo […] Nunca o governo Bolsonaro foi tĂŁo parecido com o Governo Dilma como hoje. Nesse momento, Guido Mantega faria absolutamente o mesmo que Paulo Guedes estĂĄ fazendo. Essa similaridade deve arrepiar qualquer cidadĂŁo de bem”, escreveu em seu perfil nas redes.
Outro ex-integrante do governo Bolsonaro, o empresårio e ex-secretårio de Desestatização, Salim Mattar, exaltou o trabalho que vinha sendo desempenhado por Roberto Castello Branco a frente da Petrobras ao criticar a decisão.
“LastimĂĄvel a decisĂŁo do governo de tirar Roberto Castello Branco do comando da Petrobras. Roberto ĂŠ um profissional extremamente qualificado que tirou a empresa literalmente do fundo do poço apĂłs o maior escândalo de corrupção do planeta. Em seu lugar serĂĄ nomeado mais um militar”, disse Mattar.
Um dos fundadores do partido Novo e presidente da sigla atĂŠ julho de 2017, JoĂŁo Amoedo disse nĂŁo estar surpreso com a postura adotada pelo presidente da RepĂşblica e completou dizendo que “surpreendente ĂŠ que ainda existam liberais que nĂŁo sejam oposição a este governo”.
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