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Invasores do Capitólio pretendiam 'capturar e matar' autoridades, dizem promotores americanos

 


Foto: Reprodução/CNN

Em um processo judicial, promotores federais americanos apresentaram uma nova avaliação do cerco ao Capitólio dos Estados Unidos por extremistas pró-presidente Donald Trump, dizendo que os manifestantes pretendiam “capturar e assassinar autoridades eleitas”.


Os promotores apresentaram essa perspectiva em um processo no qual pedem a um juiz a prisão de Jacob Chansley, homem do Arizona que pertence ao movimento de teoria da conspiração QAnon, fotografado usando chifres enquanto estava na mesa do vice-presidente Mike Pence no Senado dos EUA.


O memorando de detenção, escrito por procuradores do Departamento de Justiça no Arizona, dá mais detalhes sobre a investigação do FBI sobre Chansley, revelando que ele deixou um bilhete para Pence alertando que “é apenas uma questão de tempo, a justiça está chegando”.


“Fortes evidências, incluindo as próprias palavras e ações de Chansley no Capitólio, sustentam que a intenção dos desordeiros do Capitólio era capturar e assassinar autoridades eleitas no governo dos Estados Unidos”, escreveram os promotores.


Os detalhes, inseridos nos papéis do tribunal, lançaram uma nova luz sobre a seriedade do motim. Eles sugerem que os investigadores acreditam que houve um esforço muito mais organizado em andamento, apesar das afirmações dos manifestantes de que o ataque foi uma explosão espontânea de raiva após a derrota do presidente Trump.


Durante o motim, Pence e líderes do Congresso foram conduzidos para fora do prédio pelo Serviço Secreto e pela Polícia do Capitólio dos EUA, antes que os manifestantes invadissem a sala.


Gerald Williams, o advogado de Chansley, não retornou um telefonema e um e-mail nesta sexta-feira pedindo comentários.


O FBI tem investigado se algum dos manifestantes planejou sequestrar membros do Congresso e mantê-los como reféns, com foco principalmente nos homens vistos carregando algemas de plástico e spray de pimenta. Entre eles, estaria um ex-oficial da Força Aérea. Até agora, o Departamento de Justiça não divulgou publicamente nenhuma evidência específica sobre as conspirações ou explicou como os desordeiros planejavam executá-las.


Chansley, que se autodenomina o “shaman do QAnon” e há muito participa dos comícios de Trump, se entregou no escritório do FBI em Phoenix no último sábado.


Chansley disse aos investigadores que veio ao Capitólio "a pedido do presidente de que todos os 'patriotas' fossem a D.C. (Washington) em 6 de janeiro de 2021". Ele é acusado de desordem civil, obstrução de processo oficial, conduta desordenada em um prédio restrito e manifestação em um prédio do Capitólio.


Mais de 80 pessoas estão enfrentando acusações decorrentes do ataque, 40 delas em tribunais federais. Outras dezenas foram presas por violar o toque de recolher naquela noite. As acusações federais apresentadas até agora são principalmente por crimes como entrada ilegal, mas os promotores disseram que alguns manifestantes devem enfrentar acusações mais sérias. Alguns eram ex-militares e policiais altamente treinados.


Fonte: Estadão Conteúdo

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