
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou o congelamento de todos os ativos da Venezuela em solo americano. A medida se soma a uma sĂŠrie de puniçþes jĂĄ aplicadas ao governo do presidente NicolĂĄs Maduro, considerado ilegĂtimo por Washington.
Em carta enviada Ă lĂder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, Trump disse que adotou a medida em razĂŁo da “contĂnua usurpação de poder” por Maduro e abusos contra os direitos humanos cometidas por forças de segurança leais a ele.
O bloqueio afeta “todos os ativos e interesses em propriedade do governo da Venezuela nos Estados Unidos”, diz a ordem, acrescentando que esses bens “nĂŁo podem ser transferidos, pagos, exportados, retirados ou manejados”.
Transaçþes com autoridades venezuelanas cujos ativos estão bloqueados tambÊm estão proibidas.
Fica vetada a entrega ou recebimento de “qualquer contribuição ou provisĂŁo de fundos, bens ou serviços por ou para o benefĂcio de qualquer pessoa cujas propriedades e interesses estejam bloqueados sob esta ordem”.
A medida, porĂŠm, exclui “transaçþes relacionadas ao fornecimento de artigos como roupas e medicamentos destinados a ajudar no alĂvio do sofrimento humano”.
Segundo o Wall Street Journal, a medida foi a primeira dessa magnitude adotada contra um paĂs ocidental em mais de 30 anos, com restriçþes semelhantes Ă s impostas aos regimes da Coreia do Norte, IrĂŁ, SĂria e Cuba.
Apesar de poupar o setor privado venezuelano, o bloqueio ameaça com possĂveis retaliaçþes do governo americano as entidades estrangeiras que fizerem negĂłcios com a Venezuela.A ordem, que ficou pouco distante de ser um embargo comercial, se tornou a ação mais decisiva do governo Trump contra o regime de Maduro desde que Washington reconheceu o opositor Juan GuaidĂł como presidente interino do paĂs, em janeiro deste ano.
Nos Ăşltimos dois anos, a Casa Branca vem impondo uma sĂŠrie de sançþes contra o governo de Maduro, entre estas, restriçþes ao comĂŠrcio de petrĂłleo bruto – a maior fonte de renda do paĂs – atravĂŠs da estatal venezuelana PDVSA. As sançþes sobre o comĂŠrcio de petrĂłleo aceleraram o colapso da produção nacional, iniciado apĂłs a eleição de Maduro, em 2013.
As medidas tambĂŠm punem funcionĂĄrios, familiares e pessoas prĂłximas ao governo venezuelano. Mais de 100 autoridades e indivĂduos tiveram seus bens congelados nos EUA e foram proibidos de realizar negĂłcios nos paĂs. AtĂŠ mesmo um filho e enteados de Maduro tambĂŠm foram alvo de puniçþes.
GuaidĂł, reconhecido como presidente interino por cerca de 50 paĂses, disse – atravĂŠs do Twitter – que o bloqueio americano “busca proteger os venezuelanos” da “ditadura” deMaduro, que, segundo diz, se sustenta com “dinheiro saqueado da RepĂşblica”.
“Essa ação ĂŠ consequĂŞncia da arrogância de uma usurpação inviĂĄvel e indolente. Aqueles que a apoiam, beneficiando-se da fome e da dor dos venezuelanos, devem saber que haverĂĄ consequĂŞncias”, disse o lĂder opositor.
Na semana passada, Trump confirmou que cogita impor um bloqueio ou uma quarentena Ă Venezuela para pressionar Maduro a deixar o poder. A jornalistas reunidos nos jardins da Casa Branca, ele disse que ambas as hipĂłteses estĂŁo sendo avaliadas.
“O senhor estĂĄ considerando um bloqueio ou quarentena Ă Venezuela, diante do grau de envolvimento da RĂşssia, China e IrĂŁ?”, perguntou o jornalista. “Sim, estou”, respondeu Trump. “Sim, estou”, repetiu, sem dar mais detalhes.
“Estamos preparados para qualquer batalha. Este Mar do Caribe ĂŠ da Venezuela, e o impĂŠrio americano pretende fazer uma quarentena naval da Venezuela. Repudiamos fortemente essa nova tentativa de ameaça”, respondeu Maduro.
O lĂder venezuelano afirmou ainda que pediu ao embaixador do paĂs na Oreganização das Naçþes Unidas (ONU), Samuel Moncada, que denuncie essa “ameaça ilegal” ao Conselho de Segurança das Naçþes Unidas.
Apesar da grave recessĂŁo, sançþes internacionais e dos protestos em massa realizados no paĂs, Maduro vem conseguindo se manter no poder com o apoio das Forças Armadas. Durante seu governo, o paĂs, que possui uma das maiores reservas de petrĂłleo do mundo, caiu na pior crise econĂ´mica de sua histĂłria.
Segundo a ONU, em torno de 4 milhĂľes de cidadĂŁos emigraram para outros paĂses desde 2015.
Nesta terça-feira, começa em Lima, no Peru, uma conferĂŞncia de 60 paĂses que buscam uma saĂda pacĂfica para a crise polĂtica na Venezuela, ainda que sem a presença dos paĂses que apoiam o regime de Maduro. Os EUA prometeram o anĂşncio de medidas decisivas contra Maduro durante o evento.
Com informaçþes da Agência Brasil
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