
Em troca de mensagens, Cristiane Brasil chama Fachin, do STF, de vagabundo

A deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ), alvo da Operação Registro Espúrio, chamou o ministro Edson Fachin, relator da investigação no STF (Supremo Tribunal Federal), de vagabundo numa troca de mensagens de celular.
Em 2 de junho, trĂŞs dias apĂłs a PolĂcia Federal cumprir os primeiros mandados expedidos pelo magistrado contra investigados do MinistĂŠrio do Trabalho, ela comentava com o entĂŁo ministro da pasta, Helton Yomura, a possibilidade, especulada na imprensa, de Fachin ressuscitar o imposto sindical –o tributo foi extinto no ano passado pela reforma trabalhista.
“Olha esse vagabundo mostrando pra que veio”, escreveu.
Fachin era o relator de ação que questionava a constitucionalidade da mudança na legislação. Ele decidiu, no entanto, enviar o caso para anålise do plenårio do Supremo.
Em 29 de junho, o colegiado decidiu pela validade da norma. Alguns minutos depois de provocado pela congressista, Yomura enviou reportagem sobre o caso e um comentĂĄrio: “Estamos atentos”.
A PF tratou o diĂĄlogo como um caso de maior amplitude. “Registro aqui que a ofensa gratuita proferida contra Vossa ExcelĂŞncia –que ĂŠ publicamente reconhecido como um dos magistrados mais sĂŠrios e competentes deste paĂs– reverbera sobre todo o sistema de persecução penal”, escreveu o delegado Leo Garrido de Salles Meira em documento de 22 de junho, no qual requereu medidas contra vĂĄrios investigados.
O celular de Cristiane foi apreendido por ordem de Fachin em 12 de junho. As mensagens do aparelho serviram para a PF embasar uma nova etapa da operação, no último dia 5 de julho.
Em nota, Cristiane Brasil afirmou que “o vazamento de uma conversa nĂŁo relacionada com as investigaçþes extrapola a liberdade de imprensa e a proteção da fonte, aviltando o direito Ă privacidade e a prerrogativas parlamentares”.
A congressista acrescentou que se vĂŞ obrigada a, logo nos primeiros horĂĄrios da segunda feira, “pedir a abertura de investigação para apuração dos fatos”. “Qual ĂŠ a importância dessa informação, alĂŠm de criar uma intriga entre ela e o ministro? Esse vazamento transcende o interesse pĂşblico.”
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