O número de mulheres que realizam abortos em nações desenvolvidas sofreu redução considerável desde 1990, enquanto o número daquelas que interromperam a gravidez em países em desenvolvimento se mantém praticamente o mesmo. De acordo com o relatório global e regional sobre incidências de aborto feito pelo Instituto Guttmacher e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a taxa de aborto em regiões consideradas desenvolvidas passou de 46 para 27 em cada mil mulheres com idades entre 15 e 44 anos. No mesmo período, a taxa caiu apenas de 39 para 37 em cada mil nos países em desenvolvimento. Especificamente na América Latina, o número subiu de 40 para 44 em cada mil mulheres. Segundo o jornal O Globo, os autores destacaram que uma a cada quatro gestações terminou em aborto nos países em desenvolvimento, entre 2010 e 2014. "As tendências que encontramos sugerem que as mulheres e os casais do mundo desenvolvido se tornaram mais bem-sucedidos em evitar gestações indesejadas, que são a causa da maioria dos abortos, ao longo das últimas duas décadas", disse a principal autora, Gilda Sedgh. "Altas taxas de aborto estão diretamente relacionadas à fraca oferta de anticoncepcionais modernos. Nossos resultados indicam que, em muitas regiões em desenvolvimento, as mulheres ainda não têm os serviços de contracepção de que precisam e, por isso, são menos capazes de evitar uma gravidez que não querem ter. Mais de 80% das gestações indesejadas são vividas por mulheres que não conseguiram métodos de contracepção", completou. O documento ainda aponta que leis restritivas não impedem que o aborto seja realizado, gerando apenas risco à vida da mulher por conta de procedimentos inseguros.
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