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Museu Nacional, o mais antigo do Brasil, fecha por falta de dinheiro

RIO - O Museu Nacional, mantido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e com sede na Quinta da Boa Vista, zona norte, estå fechado para visitantes desde esta segunda-feira, 12, por tempo indeterminado. O motivo Ê falta de verba para pagar os serviços de limpeza e de vigilância. A direção alega contenção de verbas pelo governo federal que, por sua vez, liberou recursos nesta segunda.
Especializado em histĂłria natural, ĂŠ o maior museu dessa ĂĄrea na AmĂŠrica Latina e o mais antigo centro de ciĂŞncias do PaĂ­s. Foi inaugurado em junho de 1818. Em perĂ­odos de fĂŠrias, como o atual, a instituição recebe cerca de mil pessoas por dia Ăştil e cerca de 5 mil em fins de semana. 
O anĂşncio do fechamento foi fixado na porta do museu e divulgado pelo site da instituição, atribuindo a decisĂŁo a “problemas com os serviços de vigilância e limpeza”. O atraso no pagamento do serviço de vigilância ocorria havia meses. Nos Ăşltimos dias, funcionĂĄrios terceirizados responsĂĄveis pela limpeza, que tambĂŠm estĂŁo sem receber os salĂĄrios, fizeram uma paralisação. 
Museu estå fechado por falta de verba para pagar os serviços de limpeza e vigilância
Museu estĂĄ fechado por falta de verba para pagar os serviços de limpeza e vigilância Foto: TASSO MARCELO/ESTADÃO
Recursos. Nesta segunda-feira, o MinistĂŠrio da Educação liberou R$ 4 milhĂľes para a UFRJ, verba que, segundo a assessoria de imprensa do ĂłrgĂŁo, seria suficiente para solucionar a questĂŁo. No entanto, conforme ressaltou a assessoria, a universidade tem autonomia para definir onde vai aplicar os recursos - portanto, pode preferir usar esse dinheiro para outros gastos, considerados mais urgentes. Em 2014, cerca de R$ 60 milhĂľes, 20% do orçamento anual do museu, nĂŁo foram liberados pelo MEC. 
A UFRJ confirmou o recebimento do dinheiro, mas informou ainda nĂŁo saber se a verba permitirĂĄ quitar as dĂ­vidas e reabrir o museu. Segundo a instituição, atĂŠ amanhĂŁ o ministĂŠrio deverĂĄ liberar mais dinheiro. 
Em nota divulgada antes da liberação da verba, a diretora da instituição, ClĂĄudia Rodrigues Carvalho, e o coordenador do FĂłrum de CiĂŞncia e Cultura da UFRJ, Carlos Vainer, criticaram a contenção de verbas pelo governo federal. “Naquela que deveria ser a ‘PĂĄtria Educadora’, conforme promessa da presidente Dilma Rousseff em sua posse, a UFRJ nĂŁo tem recebido os recursos que lhe cabem, atĂŠ para pagamento das empresas que prestam serviços de limpeza e portaria ao Museu Nacional”, diz a nota. 
“Impotente diante do que parece ser uma total insensibilidade da chamada ‘polĂ­tica de austeridade’ diante das necessidades bĂĄsicas de nossa universidade e, neste caso, do Museu Nacional, sĂł nos resta esclarecer a comunidade universitĂĄria e a sociedade sobre a realidade que explica a suspensĂŁo das visitas, e vir a pĂşblico para solicitar o apoio da sociedade e buscar sensibilizar as autoridades governamentais”, continua a nota. 
A direção ainda destaca o valor histĂłrico da instituição. “AlĂŠm de centro de pesquisa de relevância internacional, (o museu) constitui espaço fundamental de formação e educação cientĂ­fica e cultural da infância e juventude da cidade do Rio de Janeiro. Geraçþes e mais geraçþes de cariocas e brasileiros viveram a experiĂŞncia de visitar um museu pela primeira vez na Quinta da Boa Vista”, afirma a nota divulgada pela diretora do museu. 
Reitoria. Em outro texto, assinado pela reitoria da UFRJ, a universidade informa o problema do repasse de verbas e prevĂŞ que o pagamento de dĂ­vidas a empresas terceirizadas “poderĂĄ ser feito a partir desta semana”. “A UFRJ aguarda a normalização do Sistema Integrado de Administração Financeira do Tesouro Nacional (Siafi) para realizar liquidação e pagamentos de faturas”, diz a nota oficial. “Os pagamentos em atraso sĂł poderĂŁo ser feitos agora”, conclui.
*EstadĂŁo

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