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Senado aprova projeto que libera inibidores de apetite



O Senado concluiu na tarde desta terça-feira (2) a Ăşltima votação do projeto que libera a produção e venda de inibidores de apetite no Brasil. Os senadores aprovaram um projeto de decreto legislativo que susta a proibição imposta pela AgĂŞncia Nacional de Vigilância SanitĂĄria (Anvisa) aos medicamentos em 2011. Esse tipo de projeto, diferentemente das leis, nĂŁo precisa receber sanção presidencial para entrar em vigor. Precisa apenas ser promulgado pelo presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), na prĂłxima reuniĂŁo conjunta da Câmara e do Senado. O projeto jĂĄ havia sido aprovado pela Câmara dos Deputados em abril deste ano. O autor da proposta ĂŠ o deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS), que ĂŠ candidato a vice-presidente da RepĂşblica na chapa de Marina Silva. Na justificativa do texto, Albuquerque argumentou que a liberação dos inibidores de apetite ĂŠ importante para o tratamento da obesidade e de doenças correlatas. Para ele, em muitos casos, apenas dietas e exercĂ­cios nĂŁo produzem bons resultados no tratamento. "A proibição da produção e comercialização dos medicamentos anorexĂ­genos anfepramona, femproporex e mazindol e a permissĂŁo altamente restritiva para o uso da sibutramina causaram grande insatisfação entre a classe mĂŠdica, constituindo-se num retrocesso ao tratamento dos obesos no paĂ­s", escreveu Beto Albuquerque. Na sessĂŁo desta terça-feira, o senador AntĂ´nio Carlos Valadares (PSB-SE) saiu em defesa da proposta do colega, assim como a maioria dos senadores. Para Valadares, a Anvisa extrapolou sua competĂŞncia ao editar a resolução 52 de outubro de 2011, que proibiu a produção e a venda, mesmo sob prescrição mĂŠdica, dos inibidores que ajudam no emagrecimento. O senador Humberto Costa (PT-PE), ex-ministro da SaĂşde, falou contra o projeto. "A inibição do apetite nĂŁo ĂŠ o centro do tratamento da obesidade, mas sim a dieta, as atividades fĂ­sicas e, complementarmente para aqueles que tĂŞm dificuldade em fazer dieta, um inibidor de apetite que nĂŁo necessariamente ĂŠ derivado da anfetamina", disse. "Eu nĂŁo me sinto em condiçþes de tomar essa decisĂŁo e nĂŁo acho que os senadores deveriam se sentir a condição de liberar qualquer medicamento que foi objeto de proibição apĂłs anĂĄlise aprofundada", afirmou Costa.