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Após tomar calote da Venezuela, Brasil deixa convênio para exportação com latinos

Após tomar calote da Venezuela, Brasil deixa convênio para exportação com latinos
Por: Miguel Gutierrez/Agência Lusa
O Banco Central anunciou nesta quarta-feira (3) que o Brasil vai abandonar o CCR (Convênio de Pagamentos e Créditos Recíprocos), instrumento criado nos 1980 para aumentar o intercâmbio comercial entre os países latino-americanos.

O grupo é formado pelos países da Aladi (Associação Latino-Americana de Integração), com exceção de Cuba.

Pelo CCR, os bancos centrais de Peru, República Dominicana, Venezuela, Uruguai, Argentina, Equador, México, Colômbia, Chile e Bolívia compensam transações comerciais feitas entre os países.

Nos últimos anos, porém, o CCR se transformou em uma dor de cabeça para o BC brasileiro e, desde o ano passado, a saída vinha sendo estudada.

A Venezuela deu um calote de US$ 567 milhões (cerca de R$ 2,2 bilhões pela cotação atual), deixando a conta para o BC e para o Tesouro Nacional (no caso das operações com seguro de crédito à exportação).

Até 2024, o Brasil tem a receber mais US$ 661 milhões da Venezuela pelo CCR. Conta que fica difícil de ser paga dado o atual cenário econômico do país vizinho e as desavenças políticas do presidente Jair Bolsonaro e o ditador Nicolás Maduro.

Um dos argumentos do BC para sair do CCR é que o risco do exportador, em caso de calote, acaba recaindo sobre o governo.

Mas há outro problema, mais focado na governança do convênio.

Qualquer decisão política sobre o funcionamento do CCR demanda consenso de todos os países membros. E a Venezuela vinha inviabilizando qualquer tipo de inovação.

O BC afirma que a saída não vai afetar o exportador brasileiro, pois apenas 1,1% das trocas comerciais entre o Brasil e os países da Aladi passaram pelo CCR em 2017.

Naquele ano, o BC proibira novas operações com a Venezuela no âmbito do CCR, como resposta ao calote venezuelano.

Países do Mercosul já têm outro expediente para trocas comerciais, por meio do sistema de moedas locais. A compensação de exportações já soma US$ 3 bilhões e, neste caso, os bancos centrais não assumem o prejuízo em caso de calote.

 Por: Folhapress

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