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Brasil pode virar grande aliado extra-Otan dos EUA em visita de Bolsonaro

Brasil pode virar grande aliado extra-Otan dos EUA em visita de Bolsonaro
Por: Reprodução
Os Estados Unidos podem anunciar durante a visita do presidente Jair Bolsonaro a Washington que o Brasil passarĂĄ a ter o status de “major non-NATO ally” —grande aliado extra-Otan—, segundo apurou a Folha.

Bolsonaro viaja aos EUA para se reunir com o presidente americano Donald Trump nos dias 18 e 19 de março.

A designação cabe a países que não são membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), mas que são considerados aliados estratÊgicos militares dos EUA.

Com a designação, o país passa a ter acesso a vårios tipos de cooperação militar e transferências de tecnologia.

A Otan ĂŠ o bloco de defesa de paĂ­ses capitalistas criado no contexto da Guerra Fria.

O artigo 5 do tratado que o criou estabelece que um ataque armado contra um dos membros da organização serå considerado agressão contra todos.

Hoje, países como Afeganistão, Argentina, Austrålia, Bahrain, Egito, Israel, Japão, Jordânia, Kuwait, Marrocos, Tunísia, Nova Zelândia, Paquistão, Filipinas, Coreia do Sul, Taiwan e Tailândia detêm a designação de grandes aliados extra-Otan dos EUA.

A Argentina ganhou o status em 1998, durante o governo do democrata Bill Clinton.

Na ĂŠpoca, o entĂŁo presidente argentino Carlos Menem conduzia uma polĂ­tica externa de alinhamento a Washington, enviou tropas para ajudar os americanos na Guerra do Golfo, em 1991, e chegou a dizer que a Argentina mantinha “relaçþes carnais” com os EUA.

Em entrevista Ă  Folha, indagada sobre a possibilidade de o status ser concedido, a secretĂĄria adjunta de Estado dos EUA para o HemisfĂŠrio Ocidental, Kimberly Breier, afirmou: “Estamos examinando vĂĄrias maneiras pelas quais podemos elevar essa relação [Brasil-EUA] e aumentar a prioridade da relação”.

Segundo a Folha apurou, autoridades dos governos dos dois países negociam detalhes finais para a designação.

Ao se tornar grande aliado extra-Otan dos EUA, o Brasil passarå a ter acesso preferencial a compra de equipamentos militares americanos, com isençþes dentro da Lei de Exportação de Armas que rege a venda desses produtos sensíveis.

TambĂŠm terĂĄ prioridade para receber de graça ou a preço de custo “artigos de defesa em excesso”, equipamentos que nĂŁo sĂŁo mais utilizados pela Defesa americana ou em estoque excessivo.

A Jordânia, por exemplo, recebeu dois aviþes de transporte C-130, mísseis Hawk Mei-23E e caminhþes de carga, segundo o Congressional Research Service (centro de pesquisas do Congresso dos EUA).

O Brasil tambÊm serå autorizado a participar de algumas licitaçþes do Departamento de Defesa dos EUA, e terå maior facilidade na compra de tecnologia espacial.

O país poderå assinar contratos de cooperação em pesquisa e desenvolvimento na årea de defesa, fazer emprÊstimos de equipamentos das forças americanas para fins de pesquisa e obter financiamentos para compra de equipamentos de defesa americanos.

O status foi criado em 1989, nos estertores da Guerra Fria, para países que promovem os interesses geopolíticos dos Estados Unidos ao redor do mundo e cuja melhoria das capacidades militares beneficiaria os interesses americanos, segundo a legislação.

Os primeiros a receber a designação foram Coreia do Sul, Israel, Egito, Austrålia e Japão.

Israel recebeu uma promoção em 2014 e passou a ser designado “grande parceiro estratĂŠgico dos EUA”, um degrau acima do status de grande parceiro extra-Otan.

Sob os novos termos, a parceria prevê apoio adicional para as åreas de defesa e energia, alÊm de cooperação entre setor privado e universidades.

Jå o Paquistão corre o risco de perder seu status, segundo legislação que tramita no Congresso americano.

No ano passado, o governo dos EUA jå havia cortado milhþes de dólares de ajuda que destinava ao país, acusando-o de não ajudar a combater facçþes terroristas que se abrigam em seu território.

Por: Folhapress

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