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Ataques a carros-fortes aumentam 400% na Bahia em 2019

Ataques a carros-fortes aumentam 400% na Bahia em 2019
(Almiro Lopes/CORREIO)
A Bahia registrou cinco ataques a carros-fortes atÊ anteontem - um aumento de 400% em relação ao mesmo período de 2017 e 2018, quando houve apenas um caso.

As cinco açþes criminosas jå se igualam à quantidade de registros atÊ 11 de abril de 2018. O ataque mais recente foi nessa segunda-feira (11), quando seis pessoas ficaram feridas numa troca de tiros durante uma tentativa de assalto a um carro-forte em um supermercado no bairro do Cabula, em Salvador.
A polĂ­cia acredita que a maior fragilidade na segurança destes veĂ­culos, em comparação com as agĂŞncias bancĂĄrias, tem atraĂ­do as quadrilhas especializadas.
Dos cinco ataques deste ano, quatro ocorreram em Salvador, sendo trĂŞs tentativas de assalto e um consumado. A outra ocorrĂŞncia foi em Juazeiro, na regiĂŁo Norte da Bahia, onde os bandidos explodiram um carro-forte no dia 31 de janeiro.
AtĂŠ 1Âş de fevereiro deste ano, tambĂŠm foram registrados cinco ataques a agĂŞncias bancĂĄrias no estado.
Primeiro caso do ano foi no dia 8 de janeiro, em Periperi (Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO)
Crescimento
A alta de ataques em 2019 na Bahia preocupa. O estado foi o que mais sofreu com esse tipo de crime em 2018 no Brasil, segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores de Segurança Privada (Contrasp). 

Dos 116 crimes contra carros-fortes do paĂ­s, 18 foram na Bahia, o que equivale a 15,5%, aproximadamente. Os dados de 2018 apontam aumento de 80% em relação a 2017, quando 10 carros-fortes foram atacados no estado – no Brasil foram 109.
No paĂ­s, os dados de 2018 da Contrasp apontam crescimento de 6,4% a mais que no mesmo perĂ­odo de 2017. “As quadrilhas cada vez mais aparelhadas promovem cenas de guerra nos ataques”, observou a Contrasp num comunicado.
Para a entidade, “tem que ser feito um trabalho de inteligĂŞncia por parte da polĂ­cia para se antecipar aos ataques dessas quadrilhas” e “retirar de circulação essa grande quantidade de explosivos e armas, controlando melhor as fronteiras”.
Armas
Presidente da Contrasp, JoĂŁo Soares vĂŞ necessidade da troca de armamento para os vigilantes, que “possuem um armamento defasado e estĂŁo sendo cassados no exercĂ­cio da profissĂŁo, vĂ­timas do crime organizado”.

“Por isso, queremos a troca de armamento e extensĂŁo do porte de arma a esses trabalhadores. Esses profissionais precisam ter condiçþes mĂ­nimas de trabalho”, afirmou JoĂŁo Soares.
Pelas normas da PolĂ­cia Federal, nos carros-fortes devem andar quatro vigilantes. A maioria deles usa pistolas e escopetas calibre 12, enquanto bandidos usam fuzis ponto 50 e metralhadoras.
Para o presidente da Associação Brasileira de Transporte de Valores (ABTV), Ruben Schechter, os bandidos têm optado mais por atacar os carros-fortes pela maior vulnerabilidade na segurança.
“Eles atacam nas estradas ou quando as equipes estĂŁo no desembarque, seja na porta da empresa ou do banco. Os criminosos ficam de tocaia, observam a movimentação dos carros-fortes e depois realizam o assalto”, declarou.
Ruben Schechter disse que vem tentando convencer os bancos e empresas a fazerem uma espĂŠcie de “doca” para os carros-fortes pararem no momento do abastecimento ou recolhimento de dinheiro.
Por enquanto, segundo ele, estĂŁo sendo feitas adaptaçþes para conferir mais segurança aos vigilantes com relação aos crimes, “mas sĂŁo pontuais e nĂŁo modificam de forma profunda os ataques”. Ele nĂŁo especificou as mudanças por serem sigilosas.
PrisĂľes
Ao comentar o assunto, a Secretaria da Segurança PĂşblica da Bahia informou que, “em açþes com a PolĂ­cia Federal, sete criminosos que atuam com ataques a carros-fortes foram presos e quatro mortos durante confrontos, em 2019”. Um dos mortos, nessa terça-feira, foi Elenilson Gonçalves dos Santos, 30 anos, o Caneludo. Ele possuĂ­a quatro mandados de prisĂŁo por roubos a banco e carro-forte, alĂŠm de homicĂ­dio e trĂĄfico de drogas. O confronto ocorreu no Parque das BromĂŠlias.

“O trabalho conjunto resultou na desarticulação de duas quadrilhas especializadas nessa prĂĄtica ilĂ­cita este ano”, afirma a SSP, segundo a qual “as açþes de inteligĂŞncia continuam sendo realizadas em buscas de outros autores”.
Ainda segundo a SSP, “todos os casos desta modalidade de crime ocorridos em 2018 foram elucidados com a prisĂŁo dos responsĂĄveis”. A SSP nĂŁo forneceu dados sobre crimes do tipo na Bahia. 
(Correio)

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